Zé Carlos Garcia II

Primeira exposição da série  “Arte Contemporânea em três lições Dramáticas”.

Curadoria de Daniela Labra

“Levando em conta a interdisciplinaridade da programação do Espaço Sérgio Porto, a série de três exposições de arte contemporânea pensadas para ocupar a galeria térrea no primeiro semestre de 2012, tece uma homenagem singela às artes cênicas teatrais”.  SEGUE…

2ª feira aberta de publicações

Repassando o texto:

“Chegamos à segunda edição da nossa FEIRA ABERTA DE PUBLICAÇÕES. De 20 (terça) a 24 (sábado) de março, das 16h às 22h, no segundo andar da COMUNA.

Escritores, ilustradores e editores trarão publicações de diversas naturezas – entre livros, revistas, zines, quadrinhos, cartazes, posteres, gravuras etc. Além de performances e workshops (detalhes nos próximos dias).

WORKSHOP __ Imaginarrativa __ por Chris Calvet __ um workshop de conceituação visual a partir da criação de textos. O discurso narrativo é ferramenta essencial para o desenvolvimento de pensamentos mesmo quando a resultante é não-verbal. __ DIAS 20 (terça) e 21 (quarta) das 19H ÀS 22H”.

OFICINA CANIBAL DE MÓVEIS pelo escritório de design Quinta-feira. ___ SÁBADO 24, DAS 10H ÀS 16H http://www.facebook.com/events/410985765594546/

COMUNA
Rua Sorocaba, 585.
(21)3253-8797.
contato@comuna.cc

The Social Artwork – obra de arte colaborativa

O projeto The Social Artwork é uma plataforma on-line aberta para todos que quiserem compartilhar ideias de trabalhos artísticos. A iniciativa expressa uma vontade de discutir de modo prático a relação autor-obra-capitalismo que acompanha o momento contemporâneo. Mais além do fato de se as obras colaborativas aqui propostas terão “qualidade” artística, este projeto provoca a repensar noções de estética e ética na era da disseminação digital da informação.

“The Social Artwork” is an experiment:

Users can propose projects and collaboratively work on them (or leave it open for others to work on it). In this way a performance piece for instance could be shown all over the world in various versions within a very short amount of time.

Therefor structure of this website is as simple as possible:

*No Rating

Voting and ranking functions, such as known from most online portals are consequently avoided. It is not about having the best or the most popular idea, it’s about developing thoughts.

http://www.socialartwork.org

Ó Abre Alas que a gente quer passar!

Inaugura neste sábado, no Rio de Janeiro, a 8a edição da coletiva anual da Gentil Carioca, Abre Alas. Com curadoria de Daniela Labra, Alexandre Vogler e Marcelo Campos, este ano a mostra conta com 35 artistas expostos entre a galeria e o Centro de Artes Helio Oiticica, e conta com shows e concurso de fantasia durante a inauguração.  Diversão e arte, para toda a parte!

Artistas selecionados:
1. Adriano Costa, SP
2. Alexandra Urban, Polônia
3. Alexandre Brandão, MG
4. Amadeo Azar, Buenos Aires
5. Amanda Mei, SP
6. AoLeo, RJ
7. Arte S.A., Umbigo Group, RJ
8. Arthur C. Arnold, RJ
9. Bete Esteves, RJ
10. Carlos Nunes, SP
11. Celina Portella, RJ
12. Chico Fernandes, RJ
13. Fabio Tremonte, SP
14. Fran Junqueira, RJ
15. Francilins Castilho, BH
16. James Eisen, Austrália
17. Kristofer Paetau, Finlândia/RJ
18. Lilian Maus, RS
19. Maíra das Neves, RJ/SP
20. Marcelo Amorim, SP
21. Marcio Vilela, Lisboa
22. Margit Leisner, PR
23. Maria Mattos, RJ
24. Marina de Botas, CE
25. Paula Huven, BH/RJ
26. Polyanna Morgana, DF
27. Raphael Escobar, SP
28. Renato Bezerra, RJ
29. Romy Potcztaruk, RS
30. Sergio Fernandes, Lisboa
31. Sofia Cesar, RJ
32. Ulisses Lociks, AL
33. Walter Gam, BH
34. Wilbor, RJ
35. Yara Pina, GO

ABRE ALAS 8
Abertura: 11 de fevereiro de 2012 das 16h às 20h (sábado)
Exposição de 14/02 (terça-feira) até 10/03 (sábado)

Endereços:
A GENTIL CARIOCA
Rua Gonçalves Ledo, 17- Sobrado
Centro- Rio de Janeiro- 20060-020
Tel: (21) 2222-1651
Abrimos de terça a sexta-feira das 12h às 19h e sábados das 12h às 17h.
correio@agentilcarioca.com.br

CAHO
Centro Municipal de Arte Helio Oiticica
Rua Luís de Camões, 68, Centro, Rio de Janeiro
Tel: (21) 2232-4213 / 2242-1012

Mike Kelley 1954-2012

Mike Kelley foi um artista importante de sua geração, tendo começado a despontar nos Estados Unidos no final da década de 1970. Sua obra surpreendia com uma simplicidade e “tosquidão” que, caso fosse brasileiro, imediatamente o fariam ser identificado, por aqui, com uma certa tradição precária, relacionada à própria precariedade do nosso meio social. Mas Kelley era de Michigan, Estados Unidos, país que não quer saber do precário. Em sua trajetória, acompanhou o movimento punk e a decadência e re-ascendência de Nova York com seus armazéns abandonados, crimes e pixadores vandalizando tudo. Kelley foi da geração pré MTV que viu o Pop retornar com força nas artes, aclamado por um mercado que engoradava e crescia, especialmente em seu país. Kelley parecia cagar e andar. Mas estava em todas, parecendo dar de ombros para a maioria. Suas obras, que podiam ser bonecos estofados, tapeçarias de crochê, esculturas de panos, fibra de vidro, vídeos de narrativas não-lineares, entre muitas outras coisas, eram feias, amorais, amorfas, politicamente de saco cheio, entediantes, bizarras até. Mas, por tudo isso, eram intrigantes demais, pois pareciam também ser um escárnio da própria cultura de massa, do consumo, da mídia que esconde a feiúra do mundo quando aquilo não reverte em audiência.  Suas obras eram críticas na forma, e não eram panfletárias tentativas de rebeldia. Longe disso. Pois Mike Kelley, no seu aparentemente desestruturado armamento artístico, era denso e lúcido.

Mike Kelley
Ah. . . . Youth!
1991

http://www.mikekelley.com/

Residência Artística Paraguay AAA 2012

Convocatória para Residência Artística Paraguay AAA 2012 – inscrições de 12/12/11 a 15/02/12

Com o apoio do Centro Cultural de Espanha de São Paulo, Planta Alta Residência/Resistencia de Paraguai,  Casa 13 de Argentina, JA.CA – Jardim Canadá Centro de Arte de Brasil e la Fundación de Arte Contemporáneo  de Uruguai, convocam a artistas para uma residência de criação em Paraguai no mês de abril de 2012.

A convocatória está dirigida a artistas interesados em desenvolver um projeto interdiscilplinário com a temática da Guerra do Paraguai/ Triple Alianza e busca que os artistas desenvolvam seus projetos, ao mesmo tempo que se integram do contexto multicultural do grupo, com o fim de produzir quatro “diários de viagem” e uma exposição em Asunción.

A residência contempla quatro etapas, as primeiras três de investigação e desenvolvimento do projeto nos antigos campos de batalha, e a última de finalização e mostra dos resultados em uma exposição, completando assim, um mês de residência.

Este edital seleciona 04 residentes (01 de cada país) que incluem passagens, alojamento, tours e uma ajuda de custo de US$ 420.

1. Somente poderão participar artistas maiores de idade nascidos na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai

2. O dossiê de inscrição deve ser enviado em cópia impressa, juntamente com o formulário impresso e assinado, por correio para o endereço:

JA.CA – Jardim Canadá Centro de Arte e Tecnología
Inscrição AAA
Rua Santa Rita Durão 321/305 – Savassi
Belo Horizonte MG
CEP: 30140-110

3. O formulário de inscrição completo também deve ser entregue (em PDF) por correo electrónico: info@jacaarte.org , com o seguinte texto no assunto do email: Residência AAA inscrição.

Para mais informações, regulamento e inscrição: www.jacaarte.org

E agora com a palavra, a artista

Apesar do episódio da censura de Nan Goldin no Rio de Janeiro ter acalmado, as palavras da artista refletem sobre um mundo em desvio para a direita, apoiado por muito capital. E a arte? Parece que lhe estão impondo que se adeque às regras…

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Fotógrafa Nan Goldin, que teve mostra vetada pelo Oi Futuro, no Rio, fala sobre os limites da arte e o perigo representado pela ingerência do mercado no que é exibido
30 de novembro de 2011 | 20h 22

Roberta Pennafort/RIO

A fotógrafa norte-americana Nan Goldin já não sabe mais se vem ao Brasil no início de 2012 para aquela que será sua maior exposição por aqui. Está chocada com o veto do Oi Futuro, instituição que patrocina a mostra (agora transferida para o Museu de Arte Moderna da cidade), a fotos que mostram crianças “num ambiente acolhedor e amoroso” e que integram sua famosa série “A Balada da Dependência Sexual”, iniciada em 1976.

Nan Goldin disse estar chocada com o veto do Oi Futuro. A polêmica, reverberada por artistas e críticos no Facebook, se centrou nas imagens de crianças na cama com os pais, que estão sem roupa e se acariciam.

Em entrevista ontem à tarde, de Paris, por telefone, a artista foi além: falou dos limites da arte, do perigo de seu controle pelo mercado e de sua percepção do presente e do futuro.

O veto à sua mostra está tendo grande repercussão na comunidade artística do Brasil. Um dos pontos levantados diz respeito à ingerência das empresas privadas em questões artísticas. Você considera isso perigoso?

É perigoso. As grandes empresas são conservadoras por natureza. A política delas não é a mesma que nós artistas apoiamos. Em muitos países exposições são, em sua maior parte, financiadas por essas grandes empresas, o que pode ser um problema. É responsabilidade do artista lutar contra qualquer pressão que possa limitar sua liberdade de expressão. A censura começou a se tornar um problema enorme no fim dos anos 80, com Robert Mapplethorpe e Andres Serrano (artistas que enfrentaram problemas de financiamento por trabalharem com imagens consideradas indecentes). Foi aí que ficou claro que os que tinham o dinheiro tinham o poder de controlar o que estava sendo mostrado.

Então qual seria a solução?

Depois que a conscientização cresceu, por conta desses dois casos, os artistas se tornaram mais ativos politicamente, forçando museus a mudar os programas que excluíam pessoas de cor, mulheres e gays. Eu, por exemplo, me recusei a assinar um compromisso em Nova York em 1989 de não fotografar mais os gays e de não fazer qualquer tipo de trabalho voltado à sexualidade. Com isso, não recebi financiamento.

Por que razão, mais de 20 anos depois de sua primeira exibição, “A Balada” ainda provoca reações fortes assim, na sua opinião?

Mas não provoca, em lugar algum. Não tenho esse problema há muitos anos. O trabalho já foi aceito como uma obra de arte importante. Outras coisas aconteceram e eu fui censurada, mas “A Balada”, não.

Como você reagiu ao que houve agora no Oi Futuro?

Fiquei chocada. O Brasil é percebido como um país socialmente livre, de pessoas sem problemas com o corpo, então foi chocante.

Você pensa em não vir mais?

Penso. Ainda não decidi, não posso responder. O apoio da comunidade artística brasileira me tocou, e isso me dá vontade de ir. O que eu sei é que a exposição vai acontecer, em fevereiro. Iria em janeiro, mas não sei como me sinto sobre isso tudo.

O cancelamento suscitou a discussão sobre as fronteiras da arte. Essa questão ainda se justifica, a seu ver?

A arte deve empurrar as fronteiras, essa é a sua natureza, é uma das razões pelas quais a arte precisa existir. O papel da arte é questionar, seja ela conceitual, experimental ou política. Tem que ser radical, seja questionando a sociedade, a diferença de gêneros. Não deveria ser limitada por fontes de financiamento nem pelo mercado, nem ter de pensar no status quo. Mas tudo é limitado pela questão do dinheiro. Não é o que a arte deve ser. Se a arte é controlada pelo mercado, como parece ter sido o caso, ela se compromete, e isso tira sua integridade.
As fotos com as crianças são consideradas problemáticas, porque feririam o Estatuto da Criança e a Adolescente do Brasil. Ninguém me explicou até agora: do que trata a legislação?

É uma lei protetiva específica, que existe há 20 anos e que proíbe a exposição de menores a cenas tidas como pornográficas.

Uau, eu não sabia… Essa lei funciona? Numa sociedade com tantas crianças na rua, que têm de fazer de tudo para sobreviver? Eu já fui ao Brasil três vezes. Soube que houve um massacre pela polícia quando as crianças dormiam (chacina da Candelária, em 1993). Elas não estão recebendo apoio. Alguns artistas apoiam, como Carlinhos Brown, com seu projeto com música. Não faz qualquer sentido. Estão criando problema com fotos de crianças que são filhos de amigos meus há 20 anos, que estão num ambiente acolhedor e amoroso, onde há sexualidade, enquanto há crianças na rua, se prostituindo e fumando crack. Qual é o problema mais sério? Ninguém pode apontar uma foto minha em que a criança não sabia que estava sendo fotografada, ou que esteja sofrendo abuso.

Como você vê essas fotos hoje, que relação afetiva tem com estas imagens?

As pessoas retratadas se orgulham de fazer parte de “A Balada”. As crianças que hoje são adultas não se arrependem. Nenhuma delas. Uma ou outra pessoa se incomoda ao ver seu passado mostrado, e nesse caso não incluo mais no slide show. Antes de um livro, ligo para todos os que ainda estão vivos (vários morreram em decorrência da epidemia de Aids dos anos 80) para ter certeza de que eles querem estar no livro. A minha integridade é uma das coisas mais fortes da minha vida e no meu trabalho. É muito fácil explorar pessoas com a fotografia.

Para você, o que significa este episódio?

O mundo está regredindo. A tecnologia está tirando das pessoas as emoções reais. Não sei como isso se reflete nessa situação, mas vejo que o mundo é totalmente diferente daquele em que eu cresci. Que bom que eu estava viva nos anos 60, 70 e 80, porque isso significa que eu não cresci orientada por um computador.

Nas redes sociais, questiona-se o uso do termo “censura”.

Em inglês, a palavra é essa. Talvez não o seja no contexto brasileiro, ou da Argentina ou da Espanha, que tiveram ditaduras, talvez pareça exagerado. Mas para mim, que venho de uma sociedade supostamente livre e democrática, a palavra é exatamente essa. As pessoas estão olhando preto no branco, não estão vendo as nuances dessa história, o que é perigoso.

Os artistas estão ironizando o fato de o “censor” se chamar Oi Futuro.

É um pouco assustador. O futuro já parecia ruim o suficiente.

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,cancelamento-de-exposicao-no-rio-deixa-artista-norte-americana-chocada,805090,0.htm