INTERNACIONALIZAÇÃO DA ARTE BRASILEIRA A PARTIR DOS ANOS 80 E A CONSTRUÇÃO DE HÉLIO OITICICA E LYGIA CLARK COMO REFERENCIAIS CANÔNICOS DESSA PRODUÇÃO ARTÃSTICA.
SESC Sorocaba, São Paulo, Brasil. De 12.8 – 3.12.2017
Curadoria geral – Daniela Labra
Curador assistente – Yudi Rafael
Curadoria educativa – Fabio Tremonte
Curadoria editorial – Ana Maria Maia e Julia Ayerbe
Já a ideia de Acontecimento refere-se à natureza de uma Trienal, e a sua definição na antropologia e filosofia: Acontecimentos, sempre temidos e esperados, como um evento climático, militar ou polÃtico, que trazem o risco de um corte irreversÃvel com o passado, marcando transformações profundas no curso histórico e social de comunidades.
“After the Future” is a research and exhibition project wich included a Seminar, courses and an exhibition with an emergency feature, prepared in Olympic proportions times of crisis in the context of Rio de Janeiro and Brazil. The show presents works which deals with the institutional failure and political vacuum that dominate the Brazilian present, and the Latin American reality, fulled of brutality and injustice since colonization. At the same time, there are proposals that consider issues such as new models of coexistence, cooperation, creation and subsistence, the same as today emerge around the planet in non-partisan and mobilizing cells of civil society. The art is placed thus as sensitive tool for a critical perception of the world, informing, educating and enabling to dream with futures that cannot come later.
Daniela Labra | Curadora visitante EAV Parque Lage/ Visitor curator at Parque Lage Visual Arts School
Ali o visitante se depara com a imensidão do local, ocupado ao centro por uma piscina de superfÃcie azul metálica que se abre no chão negro e profundo. Em suas bordas, outro personagem nos fita: uma Marilyn Monroe com o olhar experiente de quem pôde envelhecer, encarnada de novo por Dominique, mulher de 50 anos apaixonada por literatura e escrita. Considerando esse interesse, pode-se interpretar seus ready-mades, intervenções arquiteônicas e objetos como capÃtulos de ficções plasmadas em arte visual, fundidas na materialidade do mundo.
Mais que ironia, o cinismo talvez seja o tom que amarra a individual de Gustavo Speridião, e isso fica claro quando, no segundo andar da burguesa galeria, nos deparamos com a imensa tela com o dizer “Maldita Burguesiaâ€. Do lado de fora, no terraço com vista para a Lagoa, um conteiner vermelho do estabelecimento exibe o único vÃdeo da exposição. Trata-se de um documentário das manifestações de 2013, com trilha sonora de punk-rock e hardcore, onde se assistem cenas cruas da emoção de manifestantes ainda não polarizados entre o azul e o vermelho, entremeadas por momentos absurdos de violência do estado em resposta à raiva explosiva de jovens irados contra tanta corrupção, mentiras do poder público e intrusões do capital privado no cotidiano.