Ali o visitante se depara com a imensidão do local, ocupado ao centro por uma piscina de superfÃcie azul metálica que se abre no chão negro e profundo. Em suas bordas, outro personagem nos fita: uma Marilyn Monroe com o olhar experiente de quem pôde envelhecer, encarnada de novo por Dominique, mulher de 50 anos apaixonada por literatura e escrita. Considerando esse interesse, pode-se interpretar seus ready-mades, intervenções arquiteônicas e objetos como capÃtulos de ficções plasmadas em arte visual, fundidas na materialidade do mundo.
Mais que ironia, o cinismo talvez seja o tom que amarra a individual de Gustavo Speridião, e isso fica claro quando, no segundo andar da burguesa galeria, nos deparamos com a imensa tela com o dizer “Maldita Burguesiaâ€. Do lado de fora, no terraço com vista para a Lagoa, um conteiner vermelho do estabelecimento exibe o único vÃdeo da exposição. Trata-se de um documentário das manifestações de 2013, com trilha sonora de punk-rock e hardcore, onde se assistem cenas cruas da emoção de manifestantes ainda não polarizados entre o azul e o vermelho, entremeadas por momentos absurdos de violência do estado em resposta à raiva explosiva de jovens irados contra tanta corrupção, mentiras do poder público e intrusões do capital privado no cotidiano.
Local: MAR – Museu de Arte do Rio/ Escola do Olhar
Dias 12 e 13 de Maio de 2015
Horário: 10h-16h
Entrada Gratuita.
Lotação: 60 pessoas
Programação
12/05
10h Abertura – Daniela Labra – apresentação do projeto de pesquisa
“Depois do Futuro: RuÃnas e reinvenções da modernidade nas
artes contemporâneas”.
10:20 Kátia Maciel (UFRJ)
11:00 Alessandra Vannucci (UFRJ/PUC-Rio)
11:40 Considerações finais da manhã
12-14h Intervalo
14:00 Paula Sibilia (UFF)
14:40 Ieda Tucherman (UFRJ)
15:30 Considerações finais
16:00 Encerramento do dia
O seminário se realiza dentro do marco da pesquisa pós-doutoral de mesmo tÃtulo desenvolvida junto ao PPGCOM/UFRJ e o Núcleo N-Imagem,com o apoio da CAPES/Cnpq.
Há umas semanas, após visitar a exposição Imagine Brazil em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, postei nas redes reflexões que abriram um interessante fórum crÃtico sobre o peso do mercado de arte na circulação institucional de obras e artistas no Brasil e no mundo hoje. A mostra, encerrada dia 3 de maio, foi pensada em 2013 para levar ao público europeu um panorama da arte brasileira contemporânea emergente, reunindo 14 artistas jovens a outros estabelecidos, escolhidos pelos primeiros como sendo suas referências. Assim, o todo seria uma constelação com distintas gerações que representaria o cenário das artes no paÃs, ainda mal conhecido no exterior.