INTERNACIONALIZAÇÃO DA ARTE BRASILEIRA A PARTIR DOS ANOS 80 E A CONSTRUÇÃO DE HÉLIO OITICICA E LYGIA CLARK COMO REFERENCIAIS CANÔNICOS DESSA PRODUÇÃO ARTÃSTICA.
SESC Sorocaba, São Paulo, Brasil. De 12.8 – 3.12.2017
Curadoria geral – Daniela Labra
Curador assistente – Yudi Rafael
Curadoria educativa – Fabio Tremonte
Curadoria editorial – Ana Maria Maia e Julia Ayerbe
Já a ideia de Acontecimento refere-se à natureza de uma Trienal, e a sua definição na antropologia e filosofia: Acontecimentos, sempre temidos e esperados, como um evento climático, militar ou polÃtico, que trazem o risco de um corte irreversÃvel com o passado, marcando transformações profundas no curso histórico e social de comunidades.
Das Virgens em Cardumes e da Cor das Auras (On Virgins in shoal and the Colour of the Auras) – Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Rio de Janeiro. De 4.06.2016 a 31.01. 2017.
This exhibition was specially designed for the Museum Bispo do Rosário of Contemporary Art, located in the former psychiatric asylum Juliano Moreira Colony, Rio de Janeiro, and it brings together works by renowned Brazilian artists that investigates a performance or the performative, for an unusual and vigorous dialogue with the set of the work of Arthur Bispo do Rosario. Virgins_Folder in English PDF
Esta exposição foi pensada especialmente para o Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, localizado na Colônia Juliano Moreira, Rio de Janeiro, e reúne obras de artistas brasileiros de reconhecida atuação que investigam a performance ou o performativo, para um diálogo incomum e vigoroso com o conjunto da obra de Arthur Bispo do Rosário. Foram selecionadas peças da coleção da instituição que fazem refletir sobre o lado mÃstico, sacerdotal e performático de um homem que acreditou ter se tornado mensageiro da humanidade, e tomou como missão inventariar o mundo antes do seu Fim. Peças como o Manto da Apresentação, estandartes, faixas de Miss e indumentárias bordadas e colecionadas por Bispo, são apresentadas ao lado de fotografias, vÃdeos e instalações que dão novas leituras sensÃveis ao legado desse artista fora dos padrões do sistema da arte. O tÃtulo evoca a imagem fantástica das “virgens em cardumesâ€, anunciada em um de seus bordados confeccionados no asilo psiquiátrico, enquanto que “da cor das auras†remete ao tempo em que o interno interpelava a cor da sua aura aos visitantes da cela/ateliê que habitou, no Pavilhão 10 da Colônia Juliano Moreira.
“After the Future” is a research and exhibition project wich included a Seminar, courses and an exhibition with an emergency feature, prepared in Olympic proportions times of crisis in the context of Rio de Janeiro and Brazil. The show presents works which deals with the institutional failure and political vacuum that dominate the Brazilian present, and the Latin American reality, fulled of brutality and injustice since colonization. At the same time, there are proposals that consider issues such as new models of coexistence, cooperation, creation and subsistence, the same as today emerge around the planet in non-partisan and mobilizing cells of civil society. The art is placed thus as sensitive tool for a critical perception of the world, informing, educating and enabling to dream with futures that cannot come later.
Daniela Labra | Curadora visitante EAV Parque Lage/ Visitor curator at Parque Lage Visual Arts School
Desmontada como um negócio caro, a Casa Daros não cumpriu seu papel, apesar dos esforços de todos os profissionais de alto nÃvel que estiveram envolvidos. Com a desaparição da biblioteca, em pouco tempo a luxuosa instituição será lenda urbana: uma empreitada excêntrica e colonialista, insustentável, que poderia ter gerado grandes frutos no mundo. Seu legado sócio-cultural será apagado logo, restando alguns bons eventos e exposições nem sempre boas, na memória de quem viu.
*Publicado em Jornal O Globo, Segundo Caderno, 11/12/2015.
Optando por uma abordagem abrangente e evitando clichês, a curadoria se distanciou tanto de discursos anacrônicos em defesa da idealizada “FamÃlia Tradicional”, como de bandeiras acerca de um suposto núcleo familiar politicamente correto. Em geral os trabalhos contam traumas, acontecimentos e decisões que marcaram vidas de sujeitos comuns, no mundo como nós, a quem não devemos cobrar explicações morais. Assim, não só de famÃlia fala a exposição, mas de memórias afetivas, ausências, paixões, abusos, fragmentações, distância e cumplicidade, entre outros assuntos tão complexos como delicados que formam os enredos de todas as existências e vÃnculos afetivos humanos.
Dos brasileiros há veteranos como Anna Bella Geiger, com três obras entre 1974 e 2014 que indagam sobre diáspora, famÃlia, cultura e identidade, e mais jovens como o paulista Fabio Morais, cuja obra dialoga com a forma literária para inventar memórias, e Jonathas de Andrade com seus temas ligados ao povo do nordeste, sua história de lutas e tradições. Ao todos são nove brasileiros incluindo Rosangela Rennó, Ricardo Basbaum e Adriana Varejão, esta com “Em segredo” (2003), uma grande peça pintada em tela e resina que soa algo literal e destoa dos suportes “frios” da maioria dos trabalhos de aspecto tecnológico, mas que no entanto contribui bem ao tocar no tabu do aborto que envolve famÃlias, corpos femininos em risco, escolhas, perdas e amor.