Beuys, junto com filósofos contemporânes, talvez tenha sido o responsável pela disseminação da noção de que toda a arte é polÃtica. Seu ativismo pela importância da arte na vida social hoje pode soar anacrônico para alguns, mas seus fundamentos tem uma potência que ainda pulsa sob as camadas de luzes e ruÃdos da nossa mÃdiática cultura. Por que a revolução não será televisionada – ainda que twittada.
“Joseph Beuys (1921-1986) foi o único artista que estruturou o seu projeto contra a obra de Duchamp. A “banheira†de Beuys rima visualmente e ironicamente com o “urinol†de Duchamp. Para Duchamp, o mais comum e banal dos objetos se tornam sagrados a partir da “minha decisão de colocá-lo num museuâ€. É o auge da “anti-arteâ€. Para Beuys, “toda pessoa é um artistaâ€. A experiência pessoal é o único caminho capaz de nortear a criação.
Quem é habilitado a criar? Segundo Duchamp, “aquele que inventa um signo: portanto eu sou o único ou o maior ou o último artistaâ€. Beuys responde que todos “aqueles que conhecem a linguagem do mundo, ou seja, você e eu estamos habilitados a criarâ€. (Segue o texto de Pedro Maciel em “Digestivo Cultural”)